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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Jean Piaget

Pedagogia da Educação I
Professora:Cristiani Suardi
Alunas:Ana Cristini Christofari
Poliana
Dionysio Rodrigues





JEAN PIAGET

“ Jean Piaget, para explicar o desenvolvimento
intelectual, partiu da ideia que os atos biológicos são atos de adaptação ao
meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um
equilíbrio. Assim, Piaget entende que o desenvolvimento intelectual age do
mesmo modo que o desenvolvimento biológico” (WADSWORTH,1996).
Jean Piaget (1896-1980) foi um renomado psicólogo e filósofo suíço,
conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Passou
grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando
seu processo de raciocínio. Seus estudos tiveram um grande impacto sobre os
campos da Psicologia e Pedagogia.
Para Piaget, a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento
"total" do organismo.
Sua Vida
Jean William Fritz Piaget
nasceu no dia 9 de
agosto de 1896, em Neuchâtel, na Suíça. Seu pai era professor
universitário de Literatura medieval.
Piaget foi um menino prodígio. Interessou-se por História Natural ainda em
sua infância. Aos 11 anos de idade, publicou seu primeiro trabalho sobre sua
observação de um pardal albino. Esse breve estudo é considerado o início de sua
brilhante carreira científica.
Frequentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou Biologia e Filosofia.
Ele recebeu seu doutorado em Biologia em 1918, aos 22 anos de idade.
Após formar-se, foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experimental.
Lá ele freqüentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como psiquiatra em uma
clínica. Essas experiências influenciaram-no em seu trabalho. Ele passou a
combinar a psicologia experimental - que é um estudo formal e sistemático - com
métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de
pacientes.
Em 1919, mudou-se para a França, onde foi convidado a trabalhar no
laboratório de Alfred Binet, um famoso psicólogo infantil que desenvolveu
testes de inteligência padronizados para crianças. Piaget notou que crianças
francesas da mesma faixa etária cometiam erros semelhantes nesses testes e concluiu
que o pensamento lógico se desenvolve gradualmente.
O ano de 1919 foi um marco em sua vida. Quando iniciou seus estudos
experimentais sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o
desenvolvimento das habilidades cognitivas. Seu conhecimento de Biologia
levou-o a enxergar o desenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma
evolução gradativa.
Em 1921, voltou à Suíça e tornou-se diretor de estudos no Instituto J. J.
Rousseau da Universidade de Genebra. Lá ele iniciou o maior trabalho de sua
vida, ao observar crianças brincando e registrar meticulosamente as palavras,
ações e processos de raciocínio delas.
Em 1923, casou-se com Valentine Châtenay, com quem teve três filhas.Suas
teorias foram, em grande parte, baseadas
em estudos e observações realizados sobre elas.
Enquanto prosseguia com suas
pesquisas e publicações de trabalhos, Piaget lecionou em diversas universidades
europeias. Registros revelam que ele foi o único suíço a ser convidado para
lecionar na Universidade de Sorbonne (Paris, França), onde permaneceu de 1952 a 1963. Até a data de
seu falecimento fundou e dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia
Genética. Ao longo de sua brilhante carreira, Piaget escreveu mais de 75 livros
e centenas de trabalhos científicos.
Piaget morreu em Genebra, em 17 de setembro de 1980.

Sua Obra
Piaget desenvolveu diversos campos
de estudos científicos: a psicologia do desenvolvimento, a teoria cognitiva e o
que veio a ser chamado de epistemologia genética.
A essência de seu trabalho ensina que ao observarmos a maneira com que o conhecimento se desenvolve
nas crianças, podemos entender melhor a natureza do conhecimento humano. Suas
pesquisas sobre a psicologia do desenvolvimento e a epistemologia genética
tinham o objetivo de entender como o conhecimento evolui.
Formulou sua teoria de que o conhecimento evolui progressivamente por meio
de estruturas de raciocínio que substituem umas às outras através de estágios.
Isto significa que a lógica e formas de pensar de uma criança são completamente
diferentes da lógica dos adultos.
Em seu trabalho, identifica os quatro estágios de evolução mental de uma
criança. Cada estágio é um período onde o pensamento e comportamento infantil é
caracterizado por uma forma específica de conhecimento e raciocínio. Esses
quatro estágios são: sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e
operatório formal.
Construção do conhecimento
A construção do conhecimento
ocorre quando acontecem ações físicas ou mentais sobre objetos que, provocando
o desequilíbrio, resultam em assimilação ou acomodação e assimilação dessas
ações e, assim, em construção de esquemas ou de conhecimento. Em outras
palavras, uma vez que a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta
fazer uma acomodação e após, uma assimilação e o equilíbrio é então alcançado.
Esquema
Autores sugerem que imaginemos
um arquivo de dados na nossa cabeça. Os esquemas são análogos às fichas deste
arquivo, ou seja, são as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos
intelectualmente organizam o meio.
São estruturas que se modificam com o desenvolvimento mental e que se tornam
cada vez mais refinadas na medida em que a criança torna-se mais apta a
generalizar os estímulos.
Por este motivo, os esquemas cognitivos do adulto são derivados dos esquemas
sensório-motores da criança e os processos responsáveis por essas mudanças nas
estruturas cognitivas são assimilação e acomodação.
Assimilação
É o processo cognitivo de
colocar (classificar) novos eventos em esquemas existentes. É a incorporação de
elementos do meio externo (objeto, acontecimento,...) a um esquema ou estrutura
do sujeito.
Em outras palavras, é o processo pelo qual o indivíduo cognitivamente capta
o ambiente e o organiza possibilitando, assim, a ampliação de seus esquemas.
Na assimilação o indivíduo usa as estruturas que já possui.
Acomodação
É a modificação de um esquema ou
de uma estrutura em função das particularidades do objeto a ser assimilado.
A acomodação pode ser de duas formas, visto que se pode ter duas
alternativas:
Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou
modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído.
Após ter havido a acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo
no esquema e aí ocorre a assimilação.
Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do
sujeito sobre esse, para tentar assimilá-lo.
O balanço entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação.
Equilibração
É o processo da passagem de uma
situação de menor equilíbrio para uma de maior equilíbrio. Uma fonte de
desequilíbrio ocorre quando se espera que uma situação ocorra de determinada
maneira e esta não acontece.
Estágios
Sensório motor (0 a 2 anos)
A partir de reflexos neurológicos
básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente
o meio. A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo são construídas
pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou
pensamento.
Exemplos: O bebê “pega” o que está em sua mão; "mama"
o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando
esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
Pré-operatório (2 a 7 anos)
Também chamado de estágio da
Inteligência Simbólica. Caracteriza-se, principalmente, pela interiorização de
esquemas de ação construídos no estágio anterior (sensório-motor).
A criança deste estágio:
É egocêntrica, centrada em si
mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro;
Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos
"por quês");
Já pode agir por simulação, "como se";
Possui percepção global sem discriminar detalhes;
Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos;
Exemplos: Mostram-se para a criança, duas
bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança
nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes.
Não relaciona as situações.
Operatório Concreto (7 – 11 anos)
A criança desenvolve noções de
tempo, espaço,velocidade,ordem,casualidade,..., já sendo capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da realidade.Não se limita a uma
representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à
abstração.Isso desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido
inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).
Exemplos: Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos
diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A
resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de
"refazer" a ação.
Operatório Formal (12 anos em diante)
A representação agora permite a
abstração total.A criança não se limita mais a representação imediata nem
somente às relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as
relações possíveis logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e não
apenas pela observação da realidade.
Em outras palavras,as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível
mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico
a todas as classes de problemas.
Exemplos: Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de
grão em grão,a galinha enche o papo",a criança trabalha com a lógica da
idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.

Conclusão
Em seus estudos sobre crianças,
Jean Piaget descobriu que elas não raciocinam como os adultos.Esta descoberta
levou-o a recomendar aos adultos que adotassem uma abordagem educacional
diferente ao lidar com crianças.Ele modificou a teoria pedagógica tradicional
que, até então, afirmava que a mente de uma criança é vazia, esperando ser
preenchida por conhecimento.Na visão de Piaget, as crianças são as próprias
construtoras ativas do conhecimento, constantemente criando e testando suas
teorias sobre o mundo.Grande parte desse conhecimento é adquirida através das
zonas do conhecimento onde os jogos e brincadeiras infantis têm sua principal
influência, onde as noções de regras são criadas, a socialização se faz
presente, o simbólico é exercitado, além do físico e o mental.
Piaget forneceu uma percepção sobre as crianças que serve como base de
muitas linhas educacionais atuais.De fato, suas contribuições para as áreas da
Psicologia e Pedagogia são imensuráveis.
Referências bibliográficas
NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre:
Prodil, 1994.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de (org). 2000. Educação infantil: muitos
olhares. 4.ed. São Paulo: Cortez.
PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
1998.
POURTOIS & DESMET. A educação pós-moderna. Loyola, 1999.
BARROS,Célia Silva Guimarães.Pontos de Psicologia do
Desenvolvimento.3.ed.São Paulo:Ática.1988.

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