Memoria de História da Educação

MEMORIAL

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

Ana Cristini Christofari

Porto Alegre, 2012

Meu nome é Ana Cristini Christofari, nasci em agosto de 1972, na cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, hoje moro em Cachoeirinha, no mesmo Estado. Minha primeira experiência escolar, aos quatro anos, foi em uma escola particular e, a única lembrança que tenho é da turma caminhando para a igreja. Íamos à missa todas as semanas. No ano seguinte troquei de escola. Fui para uma escola pública que ficava mais perto da minha casa. Também não tenho muitas lembranças desta época, lembro-me apenas que era uma escola bem pequena.
No ano seguinte tive que trocar de escola novamente. A que eu estava só tinha Educação Infantil. Fui novamente para uma escola particular, pois as instituições publicas não aceitaram minha matrícula para a 1ª série, já que eu só faria sete anos em agosto. Nesta escola completei o 1º grau. Era uma escola muito grande, com vários laboratórios, ginásio e piscina. A educação era bastante rígida. Cantávamos hinos toda a semana, usávamos uniforme e a altura das saias era conferida por um inspetor que cuidava tudo o que fazíamos.As salas de aula eram enormes e na frente da sala,sobre um “palco”,ficava o professor.As aulas eram sempre iguais:os professores usavam livros didáticos como principal instrumento de aprendizagem,líamos textos e respondíamos as questões de fixação.Tínhamos aula de educação artística,onde aprendíamos a confeccionar objetos de decoração para casa e nas aulas de educação física,praticávamos todos os jogos possíveis,ginástica olímpica,natação e corridas.
Concluído o 1º grau, fui novamente para uma escola pública para cursar o magistério. Fiz uma prova para ingressar no curso e em março lá estava eu, fazendo meu magistério. Tudo era completamente diferente. Lá eu aprendi a pensar.Os professores eram mais humanos,nos tratavam como gente,não como uma caixa vazia que eles deveriam encher de conteúdos.Minha turma foi a primeira a fazer o curso em quatro anos e estávamos no “Bum” do construtivismo.
Sempre fui muito agitada, nunca consegui ficar quieta por muito tempo, isto incomodava algumas professoras. Uma delas foi minha supervisora de estágio. Quando fomos saber a turma que pegaríamos para estagiar, ela fez questão de me comunicar pessoalmente, que eu iria trabalhar com uma primeira série e que iria sentir falta das aulas em que não prestei atenção. Tomei isto como um desafio e me enfiei de cabeça. Meu estágio foi leve e muito produtivo. Ao final do primeiro semestre entreguei a turma para a professora titular com 75% da turma alfabetizada e meus relatórios foram elogiadíssimos pela orientadora do curso.
Hoje sou concursada em 40 horas no Estado. Fiz dois concursos seguidos e me orgulho de ter sido aprovada em ambos. Trabalho na mesma Escola há 10 anos, sempre com 20 horas em turma de alfabetização e nas outras 20 horas já passei pela vice-direção e hoje estou com a supervisão escolar. Este ano terei mais um desafio: trabalhar com uma turma de quinto ano. Estou um pouco triste, pois amo alfabetizar, mas será uma nova experiência.
Relacionando minha vida de estudante e agora, como professora, com a disciplina de História da Educação, percebo nitidamente durante o 1º grau, fortes influências do Governo Militar, onde os alunos eram totalmente passivos.Já durante o curso de Magistério o período da Redemocratização,onde a relação professor aluno não tem âmbitos de autoridade:aluno participativo e professor moderador.E é isto que tento realizar em sala de aula,com meus alunos.Quero que eles tenham liberdade de expor suas ideias,que pensem por si só.